Acordar não foi nada difícil naquela manhã do dia 5 de outubro de 2006, estava tudo pronto e já não havia tempo para mudanças. Tomei café, ganhei o beijo da mãe e sai de casa com um sentimento muito estranho que me dominava por completo.
Pouco antes das sete horas da manhã eu já estava no marco zero da viagem, o relógio da rua XV de Novembro.
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Sete horas da manhã, dia 5 de outubro de 2006, hora de partir. |
Saindo no horário peguei a Manoel Ribas e em seguida a estrada do Cerne, trecho não pavimentado e com muitas subidas. Pelo caminho, belas paisagens.
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Campo Magro, Curitiba já estava para trás. |
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Estrada do Cerne Mal sabia o que iria acontecer. |
Mas.... CHUVA, CHUVA, CHUVA... Ai você me pergunta: "Você não estava preparado?" Sim estava, tinha capa de chuva, proteção para a bagagem, mas para vocês entenderem a minha admiração vai uma historinha.
O inverno de 2006 foi um dos mais secos dos últimos anos, Curitiba e região sofria com a falta d'água. Eu como funcionário da Companhia de Saneamento do estado do Paraná, na área de produção de água tratada, sofri na pele a estiagem com a empresa tentando quase que literalmente tirar água de pedra, pelo relatado, eu não esperava chuva durante a viagem, ainda mais no primeiro dia.
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Eu não conseguia acreditar no meu azar de principiante. |
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Primeira refeição: no meio do nada e debaixo de chuva. |
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Condições da estrada. |
A foto anterior foi a última deste dia, depois mais dificuldades. Minha água acabou, na tentativa de me hidratar, tomei água de origem duvidosa. Quase 18 horas eu desistir de chegar ao meu destino, pedi autorização para pernoitar com a barraca em uma usina de cal. Vomitei por conta da água contaminada e com a chuva da noite todas as minhas coisas ficaram molhadas, dobando peso. Dormi sem jantar.
Na manhã seguinte tomei café da manhã em abapã, apenas 6 km de onde eu estava acampado e o que seria o meu destino do dia anterior. Forças retomadas segui viagem, ainda com dificuldades porém com menos chuvas.
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Estrada do Cerne deserta. Ponte ferroviária. |
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Ninguém falou que seria fácil. |
Evidente que exite vantagem em se viajar de bicicleta. No final da estrada do Cerne encontrei este simpático restaurante onde comi e não precisei pagar. Obrigado Sr. Adir.
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Restaurante Família Brasil, almoço de graça. |
Já nas instalações da Sanepar em Piraí do Sul pude finalmente tomar o meu primeiro banho, secar a bagagem e reformular a distribuição da carga na bicicleta.
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Pernoite nas instalações da Sanepar em Piraí do Sul. Bagagem sofreu efeito big bang. |
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Estado da Dorotheya depois de dois dias de estrada de chão. |
Fim do segundo dia.
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